O diretor de Relações Institucionais da J&F,
Ricardo Saud, entregou, como parte do acordo de colaboração assinado com o
Ministério Público Federal (MPF), documentos que indicam que grupos
empresariais do Rio Grande do Norte foram utilizados em 2014 para lavar
dinheiro que seriam, na verdade, propinas pagas aos candidatos ao Governo do
Estado na época Robinson Faria (PSD) e Henrique Alves (PMDB) e ao deputado
federal Fábio Faria (PSD), este candidato à reeleição.Segundo Ricardo, além dos
pagamentos feitos aos candidatos de forma dissimulada por meio de contribuições
registradas oficialmente às campanhas, despesas de Robinson, Henrique e Fábio
junto a essas empresas, que funcionaram como lavanderias de dinheiro, foram
pagas diretamente pela JBS.
Ricardo Saud relata que uma das empresas que disponibilizaram
notas fiscais frias – sem ter executado serviços para a JBS – foi o escritório
Erick Pereira Advogados S/C. O escritório, por sinal, é responsável pela defesa
de Rafaela Carvalho e Elias Raimundo, Prefeita e vice-prefeito,
respectivamente, de Água Nova, em Ação de Investigação Judicial Eleitoral
(AIJE). A Justiça Eleitoral cassou, em primeira instância, os mandatos e
diplomas dos mesmos, que aguardam apreciação no Tribunal Regional Eleitoral
(TRE-RN).
O serviço de advocacia, segundo contrato disponibilizado
pelo delator, dizia respeito ao “levantamento, análise e sugestões temáticas
referentes aos processos trabalhistas, em tramitação até a data da assinatura
deste instrumento, no Tribunal Superior do Trabalho”. Por este serviço, a JBS
deveria pagar R$ 1,2 milhão. Segundo o delator, na verdade, o dinheiro era para
as campanhas de Robinson e Fábio. Para justificar o pagamento, a Erick Pereira
Advogados S/C disponibilizou uma nota fiscal pelos honorários advocatícios. O
pagamento, de acordo com Saud, aconteceu via transferência bancária. As
informações são do renomado "blog do primo".
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