Prefeito de Rafael Godeiro denunciado pelo MPF

Foto: site da Prefeitura de São Rafael
Por meio da Procuradoria Regional da República da 5.ª Região (PRR5), o Ministério Público Federal (MPF) ofereceu denúncia contra Abel Belarmino de Amorim Filho, prefeito do município de Rafael Godeiro, acusado de ter desviado recursos públicos federais em favor de Tony Wagner Silva, ex-sócio-administrador da Enol Empreiteira Nordeste Ltda.. Tony também denunciado.
 
A denúncia do MPF aponta que em dezembro de 2000, quando Abel Belarmino exercia mandato de administrador do município, a Prefeitura de Rafael Godeiro recebeu R$ 100 mil do Ministério da Integração Nacional, por meio de um convênio. Houve ainda uma contrapartida do município no valor de R$ 14.477,00. A verba total era destinada à reconstrução de 25 unidades habitacionais.
 
Fiscalização realizada pela Controladoria-Geral da União (CGU) apontou diversas irregularidades na execução do convênio. O termo de aceitação definitiva de obras foi emitido em setembro de 2001 e os recursos integralmente repassados à empresa.
 
A CGU verificou que em todas as unidades habitacionais havia serviços previstos que não foram executados, tais como demolição de unidade residencial existente, instalações hidráulicas, calçada de contorno e junta de dilatação plástica para piso. Além disso, algumas foram apenas reformadas, e não reconstruídas, como estava previsto no plano de trabalho.
 
Segundo cálculo da CGU, houve superfaturamento de R$ 41.404,49, correspondente a 36% do montante previsto para execução das obras. Além disso, segundo um relatório elaborado pelo Ministério da Integração Nacional, nenhuma das 25 unidades vistoriadas teve as obras executadas de acordo com o que estava previsto nos projetos, especificações e planilhas orçamentárias.
 
Uma nova vistoria realizada no local em 2009, a CGU comparou as obras efetivamente realizadas com o que a Prefeitura declarou ter executado como medidas corretivas das irregularidades apontadas na primeira fiscalização. Foi constatado que, apesar de ter sido executada uma parte significativa das obras, seu valor total (R$ 34.105,49) não fora suficiente para eliminar o montante do superfaturamento originariamente apurado (R$ 41.404,49). Assim, houve ainda dano de R$ 7.299,00 ao erário, equivalente a 6,35% do valor total da obra.
 
Abel Belarmino e Tony Wagner são acusados de “apropriar-se de bens ou rendas públicas, ou desviá-los em proveito próprio ou alheio”. Se condenados, eles podem receber pena de reclusão, de dois a doze anos, além de perda de cargo e a inabilitação, pelo prazo de cinco anos, para o exercício de cargo ou função pública, eletivo ou de nomeação, sem prejuízo da reparação civil do dano causado ao patrimônio público ou particular. Os acusados deverão ser notificados para apresentar defesa preliminar e, posteriormente, o Pleno do Tribunal avaliará a denúncia, que, se for recebida, será transformada em ação criminal.

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